Profi e o Policial

Esse é um capítulo levinho sobre aquele momento de dizer o SIM!

Por Eliseu...

Já disse: estou só pela licença Prêmio!

Não existe profissão sem estresse e na minha, eu sou foda!

Sou professor de história. Pela manhã trabalho com sextos, sétimos e oitavos anos, leia-se como era antigamente, quintas, sextas e sétimas séries. A tarde em um projeto do município que trabalha com crianças tiradas das ruas e a noite, trabalho com o ensino médio supletivo.

Eu também sempre estudei em colégio público até o ensino médio, mas meu curso superior eu mesmo que banquei. Nem sei onde eu estava com a cabeça quando optei por licenciatura. Eu já havia cursado o magistério no ensino médio e fiz até estágio, porque que eu não caí fora?

Porque eu me apaixonei pela profissão. Eu sou um menino decidido e assim por ideologia mesmo eu mergulhei na docência. Olha, eu juro que já nos primeiros seis meses em que peguei uma sala sozinho pensei em desistir, mas dei-me um tempo, mais seis meses. Depois mais um ano, mais dois e pensei em mudar depois que concluísse minha graduação. Nada mudou e eu continuei exercendo, fazendo meus projetos, investindo em mim mesmo e tudo isso com um propósito: ver meus alunos evoluindo.

Ai quem lê isso deve pensar que o quase casório me deixou muito santinho. Nada! Sou euzinha ainda o Eliseu, Lisete ou Liseu do PM, meu macho tesudo que é todo fofo comigo.

Eu não tinha muita sorte pra relacionamentos onde tudo fosse tão maravilhoso. OU eu tava com o macho que só queria pegar um viado louco pra mamar, louco pra dar e depois disso: nada! Nem bons amigos. OU o cara era passivo e eu não nasci pra comandar nada, mal dou conta de mim, como vou conduzir a relação?

Eu sei que as pessoas pensam que o passivo é somente a parte mais "dada" do relacionamento, assim como eu que amooo uma pica grossa me rasgando e me fazendo ser feliz. Passivo é aquele que parece depender um pouco da tomada de decisões do parceiro. Eu com Marçal, deixo que ele conduza e isso ele faz muito bem. Ele que pediu pra morar junto, falou de casar, tá procurando até casa pra gente comprar.

Ai, já tô pouco me fudendo para aquelas opiniões:

"Lis, vai devagar, fofa." —Terezinha.

"Olha Eliseu, isso tá muito rápido, tu não acha que é muita esmola?" — Katiane.

"Liseu eu torço por vocês, mas posso dar um conselho?" — Miriam.

"Lisete, bicha fofolete. Vive a vida como se não houvesse amanhã. — Ivana.

Isso na minha hora atividade na escola que leciono pela manhã. Amigas que se reúnem pra fofocar comigo, falar mal da vida alheia e contar seus próprios "bafos".

Sem muito estresse respondo minhas amicíssimas com carinho:

— Tere, se eu for muito devagar, chego lá só com a tua idade, mana.

— Kati, esmola é teu macho.

— Miriam, mana, nada de conselho...

— Ivana, te amo, mas não te como. Obrigada!

Acostumadas com meu jeito, elas dão risadas e me abraçam, mas eu tô num péssimo humor e a razão chama-se TPS, Tensão Pós Salarial. Porra, eu dou aula em três escolas, duas pelo município e a noite pelo estado, recebo um reajuste por ano que é uma "merreca" as coisas só aumentam e o meu bofe quer entrar na fila da adoção.

— Liseu, senta e conversa com ele que isso tá te perturbando. — Miriam é a evangélica mais gente boa que conheço, mesmo que ela tenha uma opinião formada sobre a homossexualidade, precisam ver como ela nos trata. — O pastor Valmir tava dizendo no último culto alguma coisa sobre isso, que as pessoas não conversam, se isolam.

— É, e quando a gente comenta que foi rápido, não é pra te chatear, porque cada relacionamento acontece de um jeito, guri. — Tere é lésbica e muito masculina, já brigamos tanto que quase saímos no tapa, hoje nos amamos loucamente.

— Isso é verdade, vocês estão no começo, vai ajustando isso desde já, migo.

— Ai gente, tô precisando de colinho. Tadinho do Marçal, essas escalas que estão fazendo, estão acabando com ele. Tiraram ele do trânsito e o puseram nas operações.

— Cada um com sua profissão né. Se ele não gosta mais, que peça exoneração.

— Que é? Tá achando que o meu macho é fraco? Nunca mesmo. Ele não sai da polícia, gosta muito. Ele é tipo a gente que ama o que faz e reclama ao mesmo tempo.

Passam uns dias nessa função e passo no Carlinho que mora quase em frente da minha casa. Tá lá a coisinha miúda de shortinho jeans, filho da puta, olha aquele corpo. O menino é seco e ao mesmo tempo tem um rabo que parece formiga tanajura.

— Bicha, que short é esse? A senhorita não tá casada agora?

— Ai Eliseu, o Francisco gosta, tá legal.

— Mas tu gosta de mostrar mais do que ele gosta de ver. Como é que tu prende? Não faz volume na frente.

— AHHH! — Carlinho dá um grito quando meto a mão onde o pau devia ficar.

— Gente, coisa assustada, credo mulher.

— Liseu, o Francisco disse que vai pegar férias, porque depois o cabo Evaldo vai ser pai e precisa alguém pra substituir por uma semana.

— Alguém tem que substituir né, Carlinho. Marçal já tá achando que o homem vai pedir pra mudar o turno e ele vai acabar como escalado pra vaga do cara.

— Oi tio Liseu! Olha, gostou da minha filha? Tá de batom. ­— A filha do Carlinho é a menina mais fofa do mundo. Se for assim eu quero.

— Onde? — Luiza me mostra aquela "coraline" e não vejo nada de diferente no rosto delicado da boneca.

— Ai Lu, o tio Eliseu nem sabe dessas coisas de menina que a gente sabe. — Carlinho parece que ficou meio "beiçudo" comigo. Só espero a Luiza correr lá pra dentro da casa dele e desço a letra.

— Que foi? Nem vem pra cima de mim com esse mau humor não. Já não chega eu com essas preocupações normais com a profissão do Marçal e agora querem meter o bofe no horário noturno.

—Ai Liseu eu nem tô de mau humor tá, seu ruim. Para de brigar comigo!

Ah não! Fiz o Carlinho chorar. Hoje vou me punir sete vezes por isso.

— Ca, nãooo. Eu não briguei. Para de chorar que choro também. Desculpa. — Abraço aquele pretinho magricelo, choramos e ele me perdoa. Depois me olha sorrindo e com os olhos ainda chorosos. Então me serve um café bom demais com um bolo indiano. Nojo desse cara! Fofo e tem mãos abençoadas para cozinhar. Conto para ele que tá chegando o dia de assinar o documento da união estável e ele chora outra vez. — Viado, o que foi agora? Pelo que vejo, você e o Chico são bem felizes, não me assusta.

— Ai Liseu é que tô todo felizinho por você! Nem vou te cobrar os docinhos e o bolo.

— Imagina! Capaz, tô pagando pelo seu talento, capricho, tempo e matéria prima, nem vem. Um desconto eu aceito e agradeço.

— Mas porque demorou tanto? Podia ter ido no cartório e feito igual eu e o Francisco.

— Podia. Mas quero data marcada e eu escolhi dia 13 de junho, dia do casamenteiro. Minha mãe casou nesse dia e tá lá, casada até hoje.

— Eu não casei no dia de Santo Antônio e continuo casado até hoje. Isso não quer dizer nada.

— Pra você. Eu acredito e vou fazer isso.

Paguei o meu Cacá adiantado. Me concentrei em organizar minhas coisas no meu dia de folga semanal, que é quinta feira. Confirmei com uma dúzia de pessoas se estava tudo no esquema para o dia 13. Dois dias antes eu e o Marçal fomos até São Joaquim num passeio delicioso na Serra. Dia doze ele me pegou de jeito e transamos por horas madrugada a fora. Não fosse o fato eu ter sido bem comido na madrugada, estaria soltando as patas no universo por ter dormido pouco.

Tudo certo para dia 13 e tive que trocar umas aulas com alguns colegas. Essa porra de dia tinha que cair na terça? Tô cagando e andando! É meu casório e eu faltaria se fosse o caso. Que me descontasse o domingo se quisesse, mandaria o prefeito praquele lugar.

Dia 13 de junho, tô pior que noiva. Não pela questão da estética, porque mulher passa um dia inteiro se arrumando pra ficar perfeita nesse dia. Mas é pela ansiedade mesmo. Me deu dor de barriga e diarreia. Falo mesmo. Pensei que ia me esvair e ir junto quando desse a descarga. Por sorte que o Marçal trabalhou até o meio dia. Seria o "ó do bobó" se ele me visse plantado feito flor no vaso de porcelana.

Quando ele chegou para almoçar, eu já tinha melhorado, mas estava tremendo. Me arrumei de um jeito que me senti ainda mais lindo que já sou e fomos assinar o dito papel.

Não tem cerimônia num cartório né povo! Nem rola o: aceito, cale-se para sempre, não aceito, foda-se e morra! É apenas assinar na frente do camarada que digita um documento e as partes interessadas assinam. Lógico que eu levei duas testemunhas...Não ia querer que duas pessoas que nunca vi mais gorda ou magra, assinassem meu documento.

Marçal fez questão de apertar minha mão quando entramos. Estava gelada e suada. Nem seria um uma cerimônia, mas o nervoso foi igual. Carlinho e Chico foram junto, pois eram as principais testemunhas do nascer e florescer de Liseu e Marçal. Meu homem deu-me até um selinho discreto na frente o escrivão que bateu palmas rindo:

— Isso, os noivos podem se beijar. — O cara falou rindo, mas a gente sabe que ali não é lugar de dar espetáculo, tinha um cidadão registrando o filho, uns engravatados indo e vindo.

Mas deu tudo certo, casei-me!

Casei, casei e casei. Chupa sociedade!

Sou só mais uma dentre muitas bichas que merecem ser felizes!

Essa discussão cansativa, julgamentos intermináveis e cheios de bases falhas, bem que podiam acabar.

Aquele processo foi bem rápido e logo eu voltaria para a casa onde moramos de aluguel, por enquanto. Minhas visitas deveriam chegar lá pelas sete horas e eu queria ficar no colinho do meu macho ganhando carinho e beijos.

Na garagem ainda dentro do carro ele me abraçou.

— Oh Liseu, eu nem sei o que dizer. Sou burro até pra fazer declaração de amor. Gosto tanto de você.

— Acabou de fazer a mais simples e perfeita. E se chamar você mesmo de burro outra vez te amarro mais apertado com aquelas cordas.

— E vai meter a pica em mim? AHHHH delícia, beee.

Marçal. Ele ainda me assusta quando faz isso.

— Ah tá! Começa... — Eu digo e ele só dá mais risada ainda. — Tá feliz? Não tá arrependido, né? Você tá quieto hoje.

Realmente, hoje o Marçal tá estranho, pois nem me respondeu a indagação. Abriu a porta do carro e saiu calado. Opa que tem coisa estranha. Segui ele quando ele meteu a chave na porta de casa e quase enfartei. Minha sala estava cheia de gente. O povo veio com pó de flu, só pode. Cadê o carro deles. Ai vou desmaiar, mas depois que parar de chorar com aquela surpresa.

— Pai, mãe, minhas tatas. — Até meus pais e irmãs estavam ali para me abraçar. Haviam colegas da escola e amigos, até o Toni veio. Abi, Cley, Davi e o macho dele, Carlinho, Chico e a princesa da Luiza vinha caminhando, toda linda trazia nosso parzinho de aliança. Foi por isso que o Marçal as pediu mais cedo.

Francisco tem um puta vozeirão, sabe dizer palavras bonitas e foi ele quem "celebrou" o casório:

— Sem tanta delonga e discurso, acrescentarei poucas palavras às coisas que já falaram em defesa da gente, nós gays. Somos humanos, somos falhos, somos iguais a todo mundo. Merecemos felicidade e é isso que a gente busca quando encontramos um companheiro ideal. Não é sobre fazer barulho e revirar o mundo de pernas para o ar, é sobre sermos aceitos como somos. Aqui todo mundo conhece o Eliseu ou o Marçal, então abençoem eles, porque esse é o melhor presente que podem dar. Sua amizade, carinho e respeito! Não tenho poder pra isso, mas perante a sociedade, são marido e marido. — Chico nos dá tempo de colocarmos as alianças e trocarmos um beijo. Mordo a boca pra não chorar de boca aberta feito piá. — Marçal quer falar alguma coisa?

— Só... que eu amo esse cara e quero construir uma vida com ele. Te amo Liseu, mas tanto.

— Liseu...

— Hoje é o dia mais feliz da minha ahhhhhhhhhh... — Chorei alto, fiz cena, fui abraçado e beijado. Me passaram tanta energia boa... Meu Deus. E o Marçal também chorou. Conto mesmo.

Mais tarde depois de um banho gostoso, sento no colinho do meu maridão e abro o jogo com o Marçal sobre a adoção, ele me surpreende outra vez:

— Liseu, eu disse que tenho vontade de ser pai, mas a gente tem que se estabilizar né... Temos aquele projeto de comprar uma casa juntos antes. Não fica se antecipando e sofrendo com isso. Antes, a gente vai se curtir bastante.

— E hoje a gente transa? A foda matrimonial...

— Tu acaba comigo, hahaha... Quero te foder forte. Fica se remexendo no meu colo só pra acordar o "bambino".

— Não inventa nome que já dou risada na tua cara. Fala caralho, cacete... Pinto, pica, vara...

— Deu né.

Como sou gordinho, é óbvio que ele não me levanta no colo, muito menos me carrega.

Lá ele me dá um trato. Ou "maus" tratos...

— Ajoelha safado! Chupa forte. Engole. — Caralho que tesão quando ele ordena assim! — Isso mete na garganta.

Levo um cansaço pra mamar aquela vara grossa, quente e melada. Marçal sabe que adoro um hard entre quatro paredes. Agarra um punhado de cabelo pra poder foder minha boquinha gulosa. Bate com a pica na minha língua e bochecha, depois volta a socar dentro da minha boca até eu engasgar e lacrimejar.

— Cospe no meu pau e depois chupa, para de dengo e mama com vontade. Abre a boca... assim... — Esse tesudo me deixa maluco quando me dá essas ordens. — Vem de joelho...

Marçal senta na cama e me encara, parecendo ter fogo nos olhos. Ergue o mastro imponente e me "convida".

— Monta no meu colo, vira de costas pro teu homem. — Levei vara até pedir arrego. Mas quem diz que peço. Nunca!

Olha... Outra madrugada que não dormi quase nada. Que fogo tem esse homem! Não fico por baixo não, não fugi e fui guerreira!

Um mês depois e ainda estou só pela licença prêmio. Muito cedo para avaliar o casamento, pois tudo ainda está perfeito e tenho um companheiro que demonstra ser um cara simples e muito honesto. Temos sonhos e metas. Caminhamos devagar aproveitando o sabor de cada momento e as cores do passar das horas. ♥


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